Esperar a faculdade?
| Que nada! nós queremos é comunicar |
Diogo Carvalho ESPECIAL PARA O DIARIO DE PERNAMBUCO |
Edição: Sábado, 12 de março de 2005
O que você faz quando está com uma grande vontade de contar para o seu amigo a respeito de algo curioso que aconteceu na noite passada? Provavelmente, vai bater um papo na casa dele, pega o telefone mais próximo ou simplesmente manda um e-mail explicando o que houve. Pois saiba que nesse processo de transmitir idéias e acontecimentos, interagindo com outra pessoa, você está exercitando o poder da comunicação.
Mas ela não acontece apenas através da fala. Qualquer método que consiga transmitir algum tipo de informação (de mensagem) pode ser considerado um meio de comunicação. Além do telefone, existe também o rádio, a televisão, uma carta, o jornal, o cinema, as revistas (inclusive os quadrinhos), internet, os outdoors, sinais de fumaça, batidas de tambor e até mesmo os pombos-correio. Mesmo tendo todo o equipamento necessário, ainda é preciso muita força de vontade para que todas essas informações atinjam um grande público. Para isso, existem profissionais especializados em tratar desses assuntos, são eles os comunicadores. Mas se você acha que praticar essas ações é coisa para gente grande, está muito enganado.
Apesar de ainda não ter diploma de uma faculdade de jornalismo, a força de vontade do jovem Max Felipe, de 13 anos, faz com que ele tome atitudes de deixar qualquer profissional de boca aberta. Há quase um ano, o garoto mantém sozinho um pequeno jornalzinho para a comunidade do centro de Paulista. A iniciativa surgiu da idéia de que a população carente não conhecia muito a respeito dos acontecimentos do município, às vezes até por falta de dinheiro para comprar um jornal. "Fiz uma pesquisa dos assuntos que as pessoas sabiam menos e resolvi criar um meio onde pudesse explicar a elas o que ocorria ao redor de suas casas", relata Max.
Os conhecidos não botavam muita fé, mas Max conseguiu fazer com que seu veículo de comunicação crescesse. No início, era apenas uma folha de ofício, mas agora o informativo já conta com dez páginas lotadas de curiosidades históricas, piadas, aniversariantes, religião, entre outros assuntos."É muito difícil montar um jornal, muitos pensavam que não ia dar certo, mas coloquei a cabeça para pensar e exercitei minha criatividade. É muito legal levar informação à vida das pessoas, isso é um estímulo a mais para o meu sonho de trabalhar num grande meio de comunicação", comenta o menino, que conta com o apoio da família e de alguns comerciantes da região para conseguir tirar algumas cópias do JIC, seu jornalzinho.
Manoela Bárbara, de 11 anos, também tem demonstrado ter o dom para se comunicar. Há seis anos, a garota é locutora do programa Criança Feliz, da Rádio Estrela da Manhã, da comunidade de Chão de Estrelas. Através de músicas e brincadeiras, Manoela tenta estimular a cidadania nos seus ouvintes infantis, levando-os a ajudarem seus pais no crescimento do meio onde vivem. "Chamo a atenção da garotada para o desenvolvimento dos estudos e o combate ao trabalho infantil. Gosto de estar em contato com as outras crianças, afinal, nós somos o futuro", diz a jovem comunicadora.
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